quinta-feira, 8 de maio de 2014

Formação

Não me sinto seguro, preparado para algumas atividades. Uma delas é atravessar o Canal da Mancha nadando. A outra, é ministrar atividades de formação.

Foto de Marcelo Flecha

A primeira, nunca fiz. A segunda, algumas vezes. Sentia-me despreparado, com uma certa restrição, um certo temor acerca da desnecessidade do ato. 

As mudanças que sempre acometem minha vida não se furtaram em somar as formações a esse rol. Hoje não chega a ser um fardo, mas uma espécie de estufa em que algumas semente são gestadas. Não falo especificamente das pessoas que participam, mas sim do conteúdo adotado por mim, meu processo de elaborar pensamento, articular ideias. 

Nada é inventado. Passa por uma espécie de crivo de recepção e formalização. Reinventa-se o conteúdo e o procedimento. Nada é novo e ao mesmo tempo continua a ser atrativo. Lembro de muita coisa que foi importante e significativa em minha vida. São as importantes que ficam, aquelas que não caducaram, que não envelheceram. E conhecimento é coletivo. Não dá para sentenciar quem é a mãe ou o pai da criança, mesmo sabendo que a identificação do conteúdo e do método é quase automática para alguns.

Outra questão, é pensar que temos o domínio da situação e elocubrar sobre os desdobramentos. Nessa perspectiva, tudo torna-se inútil e desnecessário.

Estou me reinventando nas atitudes, nas situações, nos incômodos, no ofício. Tudo faz sentido.



2 comentários:

Marcelo Flecha disse...

Salve!

Rodrigo França disse...

Atitudes formativas é um processo dialético, uma via de mão dupla, na qual modificamos e somos modificados. De fato apenas esse processo de reinvenção constante, de conteúdo e procedimento, é capaz de nos colocar em terreno movediço, na precariedade de nossas certezas, nos possibilitando encontrar as fissuras por onde vazam a nossa "originalidade", a síntese, a terceira via para nossas criações.