sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Ecos da última jornada


Gosta de literatura e teatro e não abre mão de um texto primoroso, mas acha que em São Luís não há variedade de opções de espetáculos teatrais? Eu quero te alertar e te dar uma boa notícia.
 
O alerta é: assim como eu estava, você também está desinformado.
 
A boa notícia é: você tem sim um teatro experimental, cru, que desperta sensações, provocativo e intenso. Pude concluir isso ontem ao assistir A pequena Companhia de Teatro na peça: “Velhos caem do céu como canivetes”, livremente inspirado no conto “Un Señor Muy Viejo com Unas Alas Enormes” de Gabriel Garcia Marques.
 
O grande escritor latino ficaria feliz em ver a adaptação que fizeram aqui. Uma crítica ao homem, seus grupos e instituições, suas pobrezas espirituais. Um retrato da humanidade desconectada do divino e transcedente. Provocações e reflexões sobre o poder, a ganância, o amor, a amizade, a política e a história. O universo onírico do realismo fantástico de Garcia pode ser plenamente sentido na elogiável adaptação feita. Destaco as interpretações intensas dos atores Claudio Marconcine e Jorge Choairy.
 
Que Jorge é um dos nossos melhores Djs, todo mundo sabe. Convido a todos fãs do seu trabalho a conhecerem também o ator Jorge Choairy em cena. Vocês verão que a qualidade é a mesma.

Destaco também a excelente direção de Marcelo Flecha. Além das excelentes atuações, impressiona o trabalho de expressões corporais dos atores em cena. Impressionante, aliás, foi a palavra que foi mais comum na descrição da peça ao final da mesma.
 
Pra quem procura teatro de primeira linha, não há justificativas pra não ir. E Hoje acontece a última apresentação desse ano, então não vacilem.
 
Ah, ia esquecendo: é GRÁTIS.
 
O espetáculo começa às 19hs na Pequena Companhia de Teatro, no Reviver. Agilizem-se. Recomendo muito.
 
Dê a você mesmo esse presente de natal.
 
Nivandro Costa Vale
 
IMPREVISTO BOM:
 
Tive a alegria de conhecer, hoje (antes tarde do que nunca), o trabalho do teatrologo e diretor Marcelo Flecha. Trata-se da peça Velhos caem do céu como canivetes, inspirada num conto de Gabriel Garcia Marquez. Como o que é muito bom dura pouco - sobretudo em nossa ilha - amanhã, às 19h, será a ultima apresentação.
 
Música, cenário, figurino, texto, direção são irretocáveis. Mas o trabalho dos atores, ultrabem dirigidos, é comovente.
 
O ator Jorge Jorge Choairy, faz um trabalho primoroso e um contraponto ao personagem do ator Claudio Marconcine. Um belo jogo cênico se dá entres os dois, o trabalho de expressão corporal é um capítulo a parte.
 
Espetáculo Lindo, sério, urgente, imperdível, deve ser visto ate amanhã por todos aqueles que, como eu, sentem-se órfãos de espetáculos que ousem ir além do mero entretenimento.
 
Despeço-me com votos de que vocês possam amanha, segunda 19h, desfrutarem desse belo trabalho da Pequena Grande Companhia de Teatro.
 
Prestigiem! Convidem pessoas que vc gosta muito. Faça esse carinho em quem te é importante. E, de quebra, contribua para que o bom teatro tb tenha vez e voz entre nos.
 
William Amorim
 
Ontem fui assistir a peça "Velhos caem do céu como canivetes", na Pequena Companhia de Teatro, em que o amigo Jorge Choairy atua e por indicação de Nivandro Costa.
 
Cheguei a duas conclusões: a primeira é que é facinho reclamar que a cidade não tem nada de bom cultural, mas tá lá, espetáculo de primeira grandeza, som, atuação e luz fuderosos, DE GRAÇA, numa segunda-feira. Reclamamos de barriga entupida. Ainda falta, claro que sim, mas se sairmos da inércia, achamos grandes e lindas coisas.
 
Segundo: nunca vou descobrir se é anjo ou galinha, mas não importa o que somos, desde que sejamos algo que some na vida de alguém.
 
Viva as segundas de surpresas!
 
Milla Camões

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