quinta-feira, 6 de agosto de 2015

E voltei à Paraíba


Teatro é a arte do encontro. Repito algumas frases periodicamente. Essa é uma delas. Há um reforço na crença de algumas assertivas, e quanto mais as repetimos, mais elas se reverenciam àquilo que se mostra.

O percurso feito de carro até aqui em Sousa me fez recordar as inúmeras vezes que fui à microrregião do Cariri (Ceará). Pessoas que conheci, palcos em que me apresentei. O sotaque não é muito forte por essas bandas se compararmos ao existente em Jampa, mas retornar ao estado da Paraíba é recuperar a lembrança de uma parte da minha vida, em que eu, estudando especialização na UFPB, desisti para fazer teatro em São Paulo, com o finado Antonio Abujamra.

Revisito meu corpo e as situações das personagens que represento, permanentemente, a cada apresentação. Por um lado, há o eterno retorno. Por outro, o devir. Essa temporalidade cria um espaço outro de análise entre o ficar e o partir. Antes de qualquer coisa, o teatro me aproxima dos meus encantamentos e das interrupções e fechamentos de ciclos, os amores e dissabores do sexo e da distância de um outro que me espera. O retorno é certo, sempre, independente do traçado escolhido.

No corpo, os ancestrais. Na bagagem, a roupa encoberta pelos encontros e cansaços. Voltar a fazer teatro é perceber-me ainda vivo, ainda sóbrio, ainda são.

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